Correntes Parasitas (EC)
O que é o Ensaio por Correntes Parasitas?
O ensaio por correntes parasitas (Eddy Current Testing) é um método de inspeção eletromagnética que pode ser aplicado a todos os materiais condutores de eletricidade. Por vezes, é também referido como "ensaio indutivo".
A técnica pode ser utilizada para diversas aplicações, tais como:
- Deteção de fissuras
- Medição de corrosão e espessura de material
- Classificação de materiais
- Identificação de zonas afetadas por calor
- Medição de revestimentos e camadas
- Avaliação da condutividade elétrica
- Deteção de metais
O equipamento de ensaio por correntes parasitas é composto, essencialmente, por três componentes principais: um gerador, uma bobina de ensaio e um sistema de deteção, como um amperímetro ou osciloscópio.
No gerador, é produzida uma corrente alternada que passa pela bobina de ensaio. Quando esta corrente percorre a bobina, gera-se um campo magnético primário em torno dela. Quando a bobina é colocada sobre uma peça de teste condutora, este campo magnético induz correntes parasitas na superfície do material. Estas correntes, por sua vez, criam um campo magnético secundário, que se opõe ao campo magnético primário. A intensidade do campo secundário em relação ao primário depende das propriedades elétricas e magnéticas do material ensaiado.
Vantagens do ensaio por correntes parasitas em comparação com outras técnicas de deteção de fissuras:
✔ Método rápido – Não requer preparação ou pós-processamento do objeto a ser testado.
✔ Não necessita de contacto direto – A bobina de ensaio não precisa tocar no material, o que permite inspeções em superfícies pintadas e até mesmo em ambientes submersos.
✔ Baixo custo operacional – Não há necessidade de consumíveis.
✔ Automatização possível – A técnica pode ser utilizada em inspeções de grande volume, permitindo a sua integração em sistemas automatizados.
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Equipamento Portátil de Correntes Parasitas
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Inspeção Automatizada
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Inspeção de Tubos
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Medidor de Condutividade
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Sondas


História do ensaio por correntes parasitas
Entre 1775 e 1900, cientistas como Coulomb, Ampère, Faraday, Ørsted, Arago, Maxwell e Kelvin desenvolveram e documentaram a maior parte dos conhecimentos que temos hoje sobre magnetismo e eletromagnetismo. Estes princípios formam a base dos métodos eletromagnéticos de ensaios não destrutivos utilizados atualmente.
- 1820: Ørsted descobre o campo magnético gerado por uma corrente elétrica.
- 1824: Arago observa que as oscilações de um pêndulo magnetizado são fortemente atenuadas quando próximo de um material condutor não magnetizado.
- 1831: Faraday formula os princípios da indução eletromagnética.
- 1873: Maxwell consolida estas descobertas na sua obra em dois volumes, cujas equações ainda hoje são fundamentais para a pesquisa em eletromagnetismo.
Durante muito tempo, estas descobertas não foram aplicadas na inspeção industrial. No entanto, a partir da década de 1930, foram feitos avanços significativos, em especial pelo cientista Dr. Friedrich Förster, da Alemanha.
Dr. Förster realizou ensaios inovadores e formulou as bases teóricas do ensaio por correntes parasitas. Além disso, projetou novos equipamentos específicos para esta técnica.
Desde as primeiras invenções de Dr. Förster, a tecnologia do ensaio por correntes parasitas tem evoluído rapidamente. Entre 1975 e 1985, registaram-se avanços notáveis, tanto no desenvolvimento de equipamentos como na sua aplicação.
A partir de meados da década de 1980, surgiram no mercado os primeiros dispositivos baseados em microprocessadores, permitindo o armazenamento de dados de inspeção, registos de defeitos de referência e indicações captadas durante a análise.